O Perfeito Louvor


Numa tarde cinzenta, várias crianças brincam no parque. Correm ao vento, soltam pipa, chutam bola, fazem piquenique... Não se preocupam com o amanhã nem com a marca da roupa que sujam. Não se importam com o dinheiro que lhes falta nem com a cor da pele do amigo da gangorra. Um desses amigos, noutros tempos, foi o querido Jesus, que assim dizia:
– Deixai vir a mim os pequeninos; não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.


      Por que o Mestre da Vida falou essas palavras? O que têm os pequeninos que deixamos para trás?
Eles têm sinceridade. Quando não gostam de algo, não mentem. Quando gostam, demonstram. Quando se entregam, a entrega é real, verdadeira, completa. Eles não têm vergonha de chorar, de dizer “que lindo!”, de reconhecer “não sei!”... As crianças queriam ver Jesus, se achegar a Ele... Provavelmente O abraçariam, O interrogariam, O acarinhariam. É o que deveríamos fazer – com sinceridade de coração.
Eles têm simplicidade. Sentam no chão, tiram o sapato, andam descalços... Não precisam de muito para serem felizes. Nem de medalhas ou títulos para se sentirem bem. O conhecimento, tal como os brinquedos, são repartidos, não guardados no baú da ganância. É o que deveríamos fazer – com simplicidade de coração.
Eles têm confiança. Se o pai está embaixo, pulam do alto sem medo, pois sabem que serão acolhidos. Se a mãe indica o caminho, seguem por ela até de olhos fechados. Sabem que são limitados. Gostam de ser dependentes. É o que deveríamos fazer – com confiança no coração.
Eles têm pureza. Um sorriso é uma expressão de alegria, não de ironia ou sarcasmo. O amiguinho do sexo oposto é um amigo de verdade, não um objeto de lascívia. Quando oferecem a mão, a intenção é a primeira, não a segunda. É o que deveríamos fazer – com pureza no coração.
Eles têm amor. Um amor fiel, não descartável como as paixões que nutrimos e jogamos fora. Um amor compassivo, sempre pronto a abdicar o seu tempo e as suas energias para ser útil. Um amor real, sem fingimentos, interesses ou parcialidades.
Desse amor profundo, nasce um coração que nunca abandonará o Seu Deus.


           Desse coração, nasce o louvor mais sincero, simples, confiante e puro que existe. Brota um louvor – expressão cantada do coração do Salvador!


                                   Pablo Bernardes
                                    (10/08/2012)

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