A Simplicidade das Pombas


Caminhando pela praça da cidade, muitas pombinhas me fazem companhia. Descalças, pisam no chão barrento, no chão molhado, no chão pedregoso. Dançam para cá e para lá, e se satisfazem com algumas migalhas esquecidas. Suas penas lembram um dia chuvoso... Seus olhares pequenos, os poemas de Cantares.




Não voam alto. Preferem a calçada, a qual sujam também.

– sede (...) símplices como as pombas – disse Jesus um dia, enxergando o nosso coração.

Diferentes delas, somos nós. Com olhos altivos, o céu é o nosso limite (até que haja viagens espaciais menos caras...). Lutamos por reconhecimentos, por favorecimentos, por privilégios... Pisamos uns nos outros para conseguirmos benefícios e poderes...

Daí nos esquecemos de que, mesmo criado à imagem de Deus, o homem também foi feito do húmus da terra. De humus vem “humildade”.

Mas o homem caminha na contramão disso. Os melhores salários públicos são daqueles que fazem as leis... Os melhores lugares, das maiores autoridades... As melhores amizades, com os mais influentes...

Jesus não era assim. Ele escolheu homens pouco instruídos para serem seus discípulos; viveu com eles no meio de gente simples; lavou-lhes os pés...




Jesus rejeitou os poderes do mundo quando lhe foram oferecidos... Mais do que isso, abriu mão da glória que tinha ao lado de Deus para Se tornar um homem mortal.

Eis o exemplo máximo do que é ser o menor! O Senhor de tudo e de todos, Autor da Vida, foi também o maior Servo. Aquele que tem poder sobre a morte foi o Cordeiro que Deus enviou para salvar a humanidade!


                                Pablo Bernardes
                                              (01/08/2012)

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