quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O Verbo da Vida


Foi uma reunião tensa mas importante. Ali, sentados à mesa (uma grande mesa), nove grupos de palavras.

– Convocamos essa reunião para deixar explícita a nossa revolta com os verbos. Eles se acham imprescindíveis, singulares, os cabeças... O que seriam das frases sem nós, os substantivos? O que seriam dos objetos sem um nome próprio ou comum?

– E dos nomes sem as suas qualidades? – interferiram os adjetivos. – Tudo ficaria tão sem graça... Uma coisa sempre igual à outra: nem mais bonita, nem mais feia... nem azul, nem vermelha... nem alegre, nem tão triste...

– Obviamente... – completaram os advérbios com ironia.

Depois de muita discussão, todos decidiram aplicar uma punição aos verbos por um tempo: durante três meses, nenhuma frase poderia contê-los.

– Eia! – bradaram em uníssono as interjeições, comemorando a decisão.

Então, palavras soltas... versos esparsos... duas, três, dez tentativas... monossílabos... ideias desconexas... gestos e sinais... o que faze...

– Sem verbos, por favor! – gritaram as conjunções.

Outros minutos passaram e, não conseguindo se entender, todos se renderam desesperados.

– Aff!! Estávamos quase enfartando... – admitiram os pronomes.

Por fim, reuniram-se novamente – desta vez com os verbos – e suplicaram a estes que lhes perdoassem.

– Nunca os deixarei... Jamais os abandonarei! É por amá-los tanto que me conjugo, nas mais diversas formas, a fim de que todos vocês, através de mim, também tenham vida!

*          *          *          *          *

A Bíblia nos diz que o Verbo de Deus estava presente na criação do mundo. Ele participou de tudo e foi através Dele – Jesus – que todos os seres vieram a existir1.


Mas por que Deus usou um intermediário para estabelecer todas as coisas2? Será que sempre foi assim a Sua relação com o homem?

Conforme as Escrituras, Adão e Eva – os primeiros humanos a existirem – tinham fácil acesso ao SENHOR. No jardim onde viviam, conversavam com Ele tal qual se faz com um amigo3.

Porém o pecado do homem quebrou essa comunhão gostosa entre o Criador e as Suas criaturas4.

Essa separação é chamada, na Bíblia, de morte. Assim como a morte física passou a existir por causa do pecado, este também trouxe à raça humana a morte espiritual (fim da comunhão com Deus)5.

Como construir essa ponte novamente entre Deus e o homem? Será que se nos esforçássemos para fazer o bem, para levar uma vida correta, conseguiríamos o Seu perdão?

Felizmente não6. Como trilhar um caminho perfeito, cumprindo toda a lei, se o pecado está entranhado no nosso coração7?

Então somente Deus pode nos aproximar Dele mesmo, pode nos dar Vida, pode nos dar essa Luz8.


Agora, sim, compreendemos o Amor profundo de Deus! Sem merecermos, Ele nos providenciou um Mediador perfeito, completamente sem pecado (santo), para nos ligar a Ele novamente9. Apenas por meio de Jesus é que temos acesso ao Pai10.

Como conjugar a vida sem o Autor dela? Se todas as coisas convergem Nele, quando tentamos levar a vida sem a Sua presença no nosso caminho, vivemos desconectados da direção e dos propósitos de Deus11. Ficamos soltos, como pássaros sem ninho... como folhas que não se nutrem da seiva da Árvore-Mãe... como palavras sem o Verbo que lhes dá sentido!

Resultado: somos guiados pelo acaso... e o acaso não faz caso de ninguém! Pelo contrário, faz com que o imprevisível, o incerto, o fortuito conduzam os nossos passos. Que segurança podemos ter? Que futuro esperamos assim?

– Toda oração tem um verbo... – repetem incansáveis os gramáticos da Língua Portuguesa.

Sim, até para que a nossa oração chegue a Deus, ela precisa ser realizada por intermédio do Verbo Dele12.


Esse Verbo precioso dá sentido à nossa existência13! Esse Verbo precioso continua nos dizendo:

– Nunca os deixarei... Jamais os abandonarei14! É por amá-los tanto que entreguei a Minha vida, a fim de que, através de Mim, desfrutem para sempre o Amor do Pai15!


                                     Pablo Bernardes


Referências bíblicas que embasam o texto:

1) Colossenses 1.17; João 8.58; João 1.1-3
2) Colossenses 1.16; João 1.10
3) Gênesis 3.8a
4) Isaías 59.2; Romanos 3.23
5) Romanos 8.6-7; Ezequiel 18.4; Romanos 5.12; Tiago 1.15b
6) Romanos 3.24 e 28; Romanos 11.6; Atos 13.39
7) 1 João 5.19b; Eclesiastes 7.20; Tiago 2.10; Romanos 7.19-20
8) Efésios 2.4-7; Romanos 8.2; João 8.12; Romanos 6.23; Efésios 2.1
9) 1 Pedro 1.17-21 e 2.21-25
10) Efésios 2.13-18; Gálatas 3.22; João 1.14; 1 Timóteo 2.5; Romanos 5.10
11) 1 João 2.15-17
12) Efésios 5.20; Colossenses 3.17
13) Salmo 16.11; 1 João 5.12; João 10.10
14) Hebreus 13.5; Mateus 28.20b
15) Romanos 5.8; João 3.36, 6.51, 11.25 e 14.6

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Vinde a Mim...


           “Cansaço” – uma das palavras do século. Tão evidente quanto “iphone”, “bullying”, “fast-food”, “3D”… Todo mundo o experimenta. E a maioria não sabe mais viver sem ele.

            Competição acirrada, pressões ou ritmo intenso de trabalho, orçamento apertado, violência urbana, conflitos familiares, problemas de saúde...

– Ufa! Quanta fadiga!


Será que existe alguma solução para esse cansaço? Sugestões não faltam: livros de autoajuda, terapias, ioga, SPA, um mês de viagem à ilha de Bali (Indonésia), mudança radical de vida: de executivo para monge etc.

Jesus nos apresenta um caminho diferente1:

– Vinde a Mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. Porque o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve.

Que espécie de promessa de Jesus é essa? Não seria o fardo Dele – uma cruz – muito mais pesado que o nosso? O que pode fazer Jesus para nos dar o alívio de que precisamos? Uma palestra sobre autoestima? Massagens nas costas? Um passeio a pé sobre o mar da Galileia? De quais jugos Jesus promete livrar aquele que se achegar a Ele?

1)     Do jugo do pecado

Embora o pecado esteja presente no dia a dia humano, seus efeitos e consequências são ruins2. O pecado gera vergonha, medo, tristeza, intranquilidade3... Gera peso na consciência de início4, depois a torna cada vez mais insensível ao que é certo5... Gera quebra de comunhão com o Pai e afastamento da Sua provisão6...
Todo pecado nasce do orgulho: deixamos de ouvir a sábia voz de Deus para satisfazermos a nossa própria ganância, a nossa cobiça7. Quando mentimos, julgamos, traímos, acusamos... quando agimos com impureza ou falsidade... quando deixamos de perdoar ou de fazer o bem: olhamos para nós mesmos, não para o Pai8!

Se temos a convicção de que Deus sabe, muito mais do que nós, o que é melhor para cada um, por que optamos por seguir o nosso coração?9 Eis por que pecamos e sofremos com os fardos do pecado10.
           

2)    Do jugo do legalismo

Na época de Jesus, um dos braços do judaísmo era representado pelos fariseus. Estes seguiam uma enormidade de regras e ditames religiosos, baseados em interpretações particulares das Escrituras e em tradições criadas ao longo dos séculos11. Essas regras condicionavam as recompensas e castigos da vida futura ao modo de viver neste mundo: os fariseus criam que através de esmolas, jejuns, dízimos – além de outras práticas – obteriam o perdão dos seus pecados12. Dessa forma, externavam atos louváveis, mas escondiam, muitas vezes, um coração perverso13.
            Jesus nos convida para uma vida livre, através da qual a adoração e servidão a Deus não se baseiam no cumprimento de regras ou rituais religiosos, mas sobretudo em quebrantamento sincero do coração e em amor pelo ser humano que está do nosso lado14.

3)    Do jugo do mundo

Vivemos, muitas vezes, como objetos. Para mantermos ou aumentarmos a nossa renda, o nosso conforto, a nossa influência, a nossa fama, as nossas regalias, os nossos prazeres, o nosso poder... nos sujeitamos ao sistema que o mundo impõe: de muito trabalho, de muitas bajulações, de muita hipocrisia. Abrimos mão do amor, do respeito, da compaixão e do perdão, e cultivamos egoísmo, relacionamentos descartáveis, indiferença. Valorizamos mais o que temos ou fazemos do que o amigo que perderemos. Assim nos corrompemos também15...
Como temos vivido as nossas vidas? Dependendo de Deus ou confiando em nós mesmos? Ouvindo Sua voz ou fazendo nossas próprias escolhas? Agindo como embaixadores do Pai ou como reféns do mundo?

Jesus não está nos chamando para uma nova seita, uma nova filosofia, uma nova prisão... Está nos convidando apenas para nos achegarmos a Ele com o coração e a mente abertos.

“Vinde a Mim... os cansados e sobrecarregados...”



Ele quer nos ensinar a viver de outro modo... Quer mudar a nossa visão e perspectiva do mundo... Quer moldar os nossos valores e o nosso caráter...

Ele quer nos ensinar a chorar com quem sofre e estender a este a nossa mão16... a perdoar ao transgressor, ainda que ele não mereça17... a amar o inimigo, mesmo que ele tanto nos tenha prejudicado18...

Jesus quer nos ensinar a servir o próximo, não a pisá-lo ou desprezá-lo19... Quer nos ensinar a pôr o coração em Deus, não nas coisas desse mundo, que enferrujam, que estragam, que passam20... Quer nos ensinar a olhar para o outro com pureza, não com lascívia ou interesses vários21...

Ele quer nos guiar por caminhos de justiça e santidade22... E quer matar as nossas ansiedades23, calar as nossas inseguranças24, nos livrar das nossas insensatezes, vaidades e mesquinharias25...

Ele quer nos consolar quando sofremos26 e caminhar do nosso lado quando passamos por tribulações27... Ele quer nos aproximar mais e mais de Deus28 e nos mostrar realmente o que é o amor verdadeiro29...

Ele quer nos dar um presente que nada ou ninguém mais tem condições de oferecer: uma paz de corpo, mente e alma que independe das circunstâncias ou ambientes ao redor... Uma paz que persiste inabalável apesar de tudo! Uma paz que mora em Deus e em Quem Nele se abriga30!

                                     Pablo Bernardes




Referências Bíblicas que Embasam o Texto:

1) Mateus 11.28-30
2) Gênesis 3.16-19 e 23; Romanos 5.12
3) Gênesis 3.7 e 10; Salmos 38.18 e 51.3,8,9 e 12
4) Salmo 32.3-4
5) Efésios 4.17-19; 1 Timóteo 4.2; Romanos 1.24-32
6) Isaías 1.15 e 58.4; Miquéias 3.4
7) Provérbios 21.4; Marcos 7.21-23; Tiago 1.13-15; Isaías 59.2
8) Provérbios 6.16-19
9) Jeremias 17.9; Salmo 32.8; Provérbios 16.1
10) João 8.34 e 36
11) Mateus 15.6b, 8 e 9
12) Mateus 6.2-4; 23.14 e 23
13) Mateus 6.5-6; 23.25 e 28; Mateus 23.3b,4 e 28b; Salmo 51.17; 1 Samuel 16.7b
14) Salmos 34.18 e 139.23-24; Joel 2.13a; João 13.34; Mateus 22.36-40
15) 2 Timóteo 3.1-5a; Mateus 24.12; 1 João 2.15a
16) Mateus 5.41-42
17) Mateus 18.21-22; Lucas 17.3-4
18) Mateus 5.44-48; Lucas 6.27-28
19) João 13.1-17
20) Mateus 6.19-20
21) Mateus 5.27-30; 6.21-23
22) Salmos 23.3b, 25.4 e 143.8
23) Mateus 6.25-34
24) Salmo 94.22
25) Salmo 94.11; Provérbios 28.26
26) Salmo 23.4b; Mateus 5.4
27) Salmos 9.9 e 46.1
28) João 14.6
29) Romanos 5.8 e 8.38-39; 1 Coríntios 13.4-8a
30) Isaías 26.12; João 14.27; Isaías 26.3

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O Amor do Fiel


Quando criança, meu pai me contava uma história que sempre me fazia chorar:

“Moravam numa fazenda um senhor, a sua filhinha ainda bebê e um velho cão. Os três viviam juntos: o pai provia o alimento, o cão guardava a casa e a menina lhes dava alegria. Certa manhã, o senhor teve de ir à cidade urgentemente, mas não pôde levar a criança. Antes de sair, então, pediu ao cão o seguinte:

– Cuide da minha filha com toda a sua atenção e a sua força. Não deixe que nada nem ninguém faça mal a ela. Confio em você, Fiel!

            O cão lambeu a mão do seu dono, deu dois latidos e correu para dentro da casa.

            Algumas horas depois, o senhor voltou da cidade. Fechou a porteira que demarcava o início das suas terras e caminhou rumo à sua morada. De repente, porém, parou assustado e começou a tremer: na frente da porta de casa, o seu velho cão o esperava sentado, com a cabeça baixa, todo ensanguentado. Na boca dele, o ursinho de pelúcia da menina, aos trapos.

Tomado de intensa ira, o senhor pegou o cão pela coleira e o levou para a sombra de uma árvore.

            – O que você fez com a minha filha? – gritou o homem, desconsolado, enquanto chutava o animal. – Eu lhe dei comida, lhe dei água, lhe dei abrigo... Seu ingrato! Ela era a minha vida! Era a minha alegria! E agora... é a minha dor! – balbuciou, chorando bastante. Por fim, retirou a sua arma do coldre e atirou no cão. Em nenhum momento, este velho animal, de nome Fiel, reagiu contra o seu dono, a quem muito amava.
           
Após algum tempo, o senhor voltou para casa. Entrou no quarto da filha, com o coração desfalecido e os olhos desmaiados... Enorme foi o seu susto ao encontrar a sua menina viva, intacta dentro do berço, e ao lado dela, no chão, um urso morto.”

 *          *          *          *          *

            A Bíblia nos diz que um dos atributos de Deus é a fidelidade. Essa virtude faz parte da natureza e da beleza do Criador de todas as coisas1.
            
          Ao contrário de nós, que prometemos e falhamos, que damos a mão e depois a recolhemos, que nos comprometemos e desistimos, Deus é sempre O mesmo, é imutável2. Por que mudaria, se é perfeito?3

            Aquilo que Deus fala... acontece! Aquilo que promete... Ele o cumpre!4

            Deus prometeu a Abrão que faria dele uma grande nação5: eis Israel! Deus prometeu a Abrão que o povo dessa nação, por causa da desobediência, seria escravizado no Egito6, depois espalhado pelo mundo7...  Exatamente! Israel ficou cerca de 4 séculos na terra dos Faraós; algum tempo depois, foi disperso pelo planeta. Só voltou a ser Estado reconhecido pela ONU em 1948... Esse retorno também foi previsto nas Escrituras8.

          A maior de todas as promessas de Deus, no entanto, confirmada diversas vezes ao longo dos séculos e do Antigo Testamento, foi a provisão de um Salvador para a humanidade9. Há na Bíblia dezenas de profecias sobre o nascimento, o ministério, a morte e a ressurreição de Cristo10. Todas se cumpriram à risca11.

            Mas será que nós temos compreendido essa fidelidade de Deus? Se recebemos o que desejamos, dizemos: - Ele é fiel!... Se somos curados e protegidos: - Deus é fiel!... Se temos sucesso e prosperidade: - Como é fiel!... Porém quando lutamos, perdemos, sofremos, será que Deus já não é mais fiel? Quando vemos corruptos prosperarem, e nós não, deixa Deus de ser fiel conosco?

De modo nenhum! A fidelidade de Deus não se baseia em circunstâncias ou motivações, mas no Seu caráter santo e bondoso12.


         
            Deus é fiel quando nos dá alegrias e vitórias13... e também é fiel quando nos consola, nos fortalece, nos socorre, ao passarmos por lutas e tristezas14...

           

            Deus é fiel quando nos poupa da tribulação15... e também é fiel quando molda a nossa vida através das provações16...

Deus é fiel quando nos abençoa pela nossa fidelidade a Ele17... e também é fiel quando perdoa os nossos pecados18...

Deus é fiel quando nos livra da morte19... e também é fiel quando, após a nossa morte, nos leva para Ele20...

O que Deus espera de nós? A Sua Palavra nos responde: acima de tudo, confiança na Sua fidelidade21.


            Confiar é pôr a Consciência no Fiel. É depositar todas as Convicções sobre o nosso Fiador.

Confiar é deixar tudo o que é tão precioso para nós aos cuidados amorosos Daquele que deu a Sua própria vida para salvar a nossa!22

                              
                                         Pablo Bernardes




“Tu és fiel, Senhor, Meu Pai celeste
Pleno poder aos Teus filhos darás...
Nunca mudaste, Tu nunca faltaste
Tal como eras, Tu sempre serás!

Tu és fiel, Senhor! Tu és fiel, Senhor!
Dia após dia com bênçãos sem fim!
Tua mercê me sustenta e me guarda
Tu és fiel, Senhor, fiel a mim!

Flores e frutos, montanhas e mares,
Sol, lua, estrelas no céu a brilhar...
Tudo criaste na Terra e nos ares
Todo o Universo vem, pois, Te louvar!

Pleno perdão Tu dás, paz, segurança
Cada momento me guias, Senhor...
E no porvir – ó, que doce esperança!
Desfrutarei do Teu rico favor!”

                                                                (Hino Cristão Tradicional)




Referências Bíblicas que Embasam o Texto:

1) Salmos 33.4, 36.5, 89.1-2 e 100.5
2) Tiago 1.17; Hebreus 1.12b e 13.8
3) Salmo 18.30; Mateus 5.48; 2 Timóteo 2.13; Salmo 117.2b; Malaquias 3.6a
4) Números 23.19; Salmo 119.160; Mateus 24.35; 1 Pedro 1.25; Salmo 119.89-90; Isaías 40.8
5) Gênesis 12.2 e 18.18
6) Gênesis 15.13
7) Levítico 26.33; Ezequiel 12.15
8) Jeremias 31.10
9) Gênesis 3.15, 12.3, 18.18b, Salmo 22, Isaías 53
10) Algumas das profecias sobre Jesus: Miquéias 5.2; Isaías 7.14; Isaías 61.1-2: Isaías 9.1-2; Zacarias 9.9; Isaías 53.3; Isaías 53.12; Salmo 34.20; Salmo 16.10; Salmo 68.18
11) Cumprimento das profecias acima: Mateus 2.1; Mateus 1.18; Lucas 4.18-19; Mateus 4.12-16; João 12.14-15; João 1.11; Mateus 27.38; João 19.32-33; Lucas 24.39; Lucas 24.50-51
12) 1 Coríntios 1.9; 2 Timóteo 2.13; Mateus 5.45b; Salmo 145.9; Lucas 6.35b
13) Provérbios 28.14a, 10.27 e 15.29
14) Salmos 30.5 e 56.8; João 16.31a e 33b; Isaías 40.29; Salmo 37.24
15) Salmos 23.3a e 25.17
16) Romanos 8.28; Tiago 1.2-4; Salmo 46.1; 1 Coríntios 10.13; 2 Coríntios 1.3-4
17) Provérbios 3.3-4; Salmo 128.1-4                  
18) Salmo 130.4; Daniel 9.9; 1 João 1.9; Salmo 86.5
19) Salmos 18.4-6, 23.4, 86.13b e 116.3
20) Salmo 116.15; Romanos 8.11; João 13.38 e 14.1-3; 2 Coríntios 5.1
21) Salmos 40.4 e 84.12; Provérbios 3.5-6; Hebreus 13.6
22) Salmo 55.22; Mateus 28.18-20

sábado, 1 de setembro de 2012

Servo ou Senhor?


             Foi uma noite inesquecível aquela. Centenas de alunos, sentados no anfiteatro, aguardavam o tão esperado momento. A Universidade estava em polvorosa de expectativa...

             Oito em ponto. Hora do início da palestra. Ninguém no palco.
           
Oito e meia. A plateia se entreolhando... Nenhuma notícia chegava...
           
Nove horas. Nada. O auditório foi ficando impaciente... afinal, o palestrante - uma autoridade ilustre por seus livros sobre liderança - era muito aguardado.
           
Nove e vinte. Alguns alunos, mal-educadamente, jogaram pipocas no palco e no chão, como sinal de protesto pela demora do líder. Um senhor, com traje de limpeza, apareceu no canto do anfiteatro e se pôs a limpar o chão entre os alunos.

– Saia daqui! – gritaram alguns.

Em seguida, sem dar ouvidos à plateia, esse mesmo senhor subiu ao palco para varrê-lo. Os alunos, enraivecidos, o vaiaram. Inesperadamente, o homem da limpeza se aproximou do microfone, retirou a barba e a peruca postiças, mas não a roupa de serviçal. Então disse:

            – Boa noite, queridos amigos. Vaiar é um direito de todos, mas tem a hora certa de acontecer. Tudo na vida tem o seu tempo devido. Um líder, antes de liderar, precisa aprender a ser servo. E este, uma vez servo, nunca deve tirar as suas roupas simples de presteza e amor... – foi assim o começo da palestra com o eminente professor.

*          *          *          *          *

A Bíblia nos diz que Deus é o Senhor da Terra e dos céus1.




Também nos afirma que Ele é o nosso Criador2 e Redentor3 e, como tal, merece a nossa adoração e reconhecimento4.

            Por que então levamos a vida segundo a nossa vontade5? Por que traçamos planos a nós mesmos, como se Deus nem existisse6? E porque, muitas vezes, O vaiamos e O expulsamos do nosso coração, ao percebermos que Ele quer limpar as pipocas com as quais sujamos o chão da nossa vida7?

            Até que ponto não temos tornado Deus um servo, como se Ele fosse obrigado a satisfazer os nossos sonhos e desejos8? Será que temos amado a Deus da mesma forma, quando Ele nos guia por outro caminho ou quando permite que soframos9? Afinal, quem é o Senhor da nossa vida10? Nós, outros ou realmente Deus?

            Ah, como é bom servi-Lo! honrá-Lo! glorificá-Lo! Pois, embora tão grande, Ele Se coloca ao nosso lado e nos ouve, nos orienta, nos ensina11... Embora tão grande, Ele nos acolhe quando carecemos de abrigo e nos consola quando precisamos de carinho12... Embora tão grande, Ele nos liberta de regras, aparências e pecados, e nos ajuda a caminhar em paz na vereda da justiça e do amor13...


            Servir a Deus é ser de Deus e ouvir a Sua voz14... Servir a Deus é desistir das oferendas do mundo e se entregar ao coração do Pai15!

Deus não quer escravos. Nem robôs. Nem fantoches. Por isso nos criou com capacidade de escolhas16; por isso nos formou à Sua imagem17. Quem O conhece intimamente O serve muito mais por gratidão que por obrigação18... Quem O conhece de verdade O serve, porque não quer abrir mão da delícia eterna de viver no Seu amor19!

                                     Pablo Bernardes



Referências bíblicas que embasam o texto:

1) Salmos 8.1 e 33.6
2) Eclesiastes 12.1
3) Jó 19.25; 1 Coríntios 1.30-31
4) Salmo 145.3; Salmo 95.6; Isaías 63.16b
5) Salmo 94.11; Provérbios 19.21
6) Provérbios 16.1
7) Salmo 51.2 e 7
8) Mateus 6.10b; Efésios 5.17
9) Filipenses 4.11-13; Romanos 8.18
10) Salmo 119.125; Mateus 6.24a
11) Salmos 27.11, 32.8 e 143.8; Provérbios 20.24
12) Salmos 43.5, 46.1 e 56.8
13) Salmos 39.8a e 86.11; Romanos 6.6; Isaías 41.13; João 8.32
14) João 10.27; Apocalipse 3.20
15) Salmo 37.5
16) 1 Pedro 2.15-16
17) Gênesis 1.27
18) Salmo 40.8
19) Salmos 16.11, 36.7 e 43.4; Josué 24.15